O coito interrompido é um dos métodos mais antigos para tentar evitar uma gravidez. Ele consiste em retirar o pênis da vagina antes da ejaculação, com a intenção de impedir que os espermatozoides entrem no canal vaginal. Apesar de ainda ser bastante utilizado — especialmente entre jovens — esse método não é considerado seguro, tanto por ter uma alta taxa de falha quanto por não oferecer nenhuma proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Por que ele falha?
Mesmo quando não há ejaculação dentro da vagina, o líquido pré-ejaculatório pode conter espermatozoides viáveis. Ou seja, mesmo com todo o “controle”, ainda existe risco. Estudos apontam que, no uso típico, a taxa de falha do coito interrompido fica entre 18% e 27% ao longo de um ano. E mesmo quando é feito da forma considerada “perfeita”, ou seja, com retirada antes da ejaculação em todas as relações, ainda existe uma chance de falha de cerca de 4% — número mais alto que o de outros métodos contraceptivos.
E no período fértil?
Se a relação acontece durante o período fértil, as chances de gravidez aumentam bastante. No entanto, isso não significa que engravidar será inevitável. Vários fatores influenciam nesse processo: o momento exato da ovulação pode variar, nem sempre há espermatozoides no líquido pré-ejaculatório e, em alguns casos, o ciclo pode se alterar por conta de estresse, alimentação ou outros fatores. Então, não dá pra prever com exatidão, mas é fato que durante o período fértil o risco é significativamente maior.
Coito interrompido + anticoncepcional: é mais seguro?
Sim, essa combinação pode aumentar a segurança — desde que o anticoncepcional esteja sendo usado corretamente. Por exemplo: quem toma a pílula diariamente, no horário certo, tem uma chance de apenas 1% de engravidar. Já quem esquece doses ou toma fora do horário pode ter até 4% de risco. Nesse cenário, o coito interrompido vira mais uma camada de proteção. No entanto, vale lembrar que nem o coito interrompido nem a pílula protegem contra ISTs, então é preciso avaliar os riscos com atenção.
E se eu recorrer à pílula do dia seguinte?
Ela pode ser usada até 72 horas após a relação sexual para tentar impedir uma gravidez. Mas atenção: a pílula do dia seguinte não deve ser usada como método regular. Seu uso frequente pode reduzir a eficácia e causar efeitos colaterais como náuseas, dor de cabeça, dor nas mamas, vertigem e alterações no ciclo menstrual. A recomendação é que seja usada, no máximo, três vezes por ano.
Dá pra dizer que o coito interrompido é seguro?
Sozinho, não. Mas se for combinado com outros métodos contraceptivos — como a pílula, o DIU ou o Implanon — e se houver conhecimento sobre o próprio corpo e o ciclo menstrual, pode ser mais eficaz. Métodos hormonais, por exemplo, impedem a ovulação e reduzem bastante as chances de uma gravidez, mesmo se houver falha no coito interrompido. Já métodos de barreira, como espermicidas ou diafragma, têm taxas de eficácia mais baixas se usados sozinhos. E em todos os casos, vale reforçar: o coito interrompido não protege contra ISTs.
Prós e contras do coito interrompido
Vantagens: é um método sem custo, pode ser usado por qualquer pessoa e, quando combinado com outro método, pode ajudar a prevenir gravidez.
Desvantagens: tem alta taxa de falha, é difícil controlar a ejaculação com precisão, pode gerar insegurança e ansiedade, e não oferece nenhuma proteção contra infecções sexualmente transmissíveis.
Quais são as alternativas?
Se você não se sente segura com o coito interrompido, existem várias outras opções disponíveis. Para quem não quer ou não pode usar hormônios, a camisinha e o DIU de cobre ou prata são boas alternativas. A camisinha, inclusive, é o único método que protege contra ISTs.
Para quem prefere métodos hormonais, há várias possibilidades: pílula, adesivo, injeção, DIU hormonal e o Implanon. A escolha ideal depende do seu estilo de vida, do seu corpo e da sua rotina. Os métodos naturais também podem funcionar, mas exigem um bom conhecimento do ciclo menstrual e atenção constante aos sinais do corpo.
Conclusão
O coito interrompido, por si só, não é o método mais eficaz nem o mais seguro, mas pode funcionar como apoio quando combinado com outros métodos. O mais importante é ter acesso à informação de qualidade e conversar com uma profissional de saúde para entender qual opção faz mais sentido para você. Afinal, escolher como se proteger é também uma forma de cuidar de si mesma.




